Arquitetura sustentável das relações humanas

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Enlutar é honrar a vida.

Enlutar é honrar a vida. “O ser humano é uma casa de hóspedes” Toda manhã uma nova chegada. A alegria, a tristeza, a falta de sentido, como visitantes inesperados Receba e entretenha a todos mesmo que seja uma multidão de dores que violentamente varrem sua casa e tiram seus móveis do lugar. Ainda assim, trate seus hóspedes honradamente eles podem estar te limpando para um novo prazer. O pensamento depressivo, a vergonha, a raiva, encontre-os à porta sorrindo Agradeça a quem vem, porque cada um foi enviado como um guardião do além” – Rumi Estava lendo essa passagem de Rumi e me peguei pensando: tudo é “inesperado” menos o luto. Se há uma certeza na vida é que vamos assistir a partidas de pessoas queridas, projetos findados ou sonhos não realizados. Sabe-se por definição que ciclos começam, evoluem e findam. Nos preparamos para inícios e nos fortalecemos para evoluções, todavia dificilmente recebemos pontos finais com algum preparo. Mesmo sabendo da sua iminente chegada. O luto é uma necessidade humana universal pouco tocada. Há quem acredite que é algo tão passageiro que mereça máscaras medicamentosas ou de negação para que passe desapercebido enquanto dure. Enlutar é celebrar. É a celebração na sua versão intimista, mais mansa, menos energia, mais pausa. Por meio do luto celebramos historias, afetos e experiências; honramos o que foi e abrimos espaço para a cura, para uma nova versão da mesma vida. Quando observado com a lente da necessidade humana universal ele se transforma num convite à pausa, ao respiro, ao auto olhar e à consciência dos nossos limites. Assim que meu pai morreu notei que meus pensamentos não acompanhavam a velocidade do que ocorria fora de mim. O descompasso se aterrou em meu peito e pedir para ele ir embora não melhorava a situação. Foi nesse momento que entendi que precisava abraçar o luto e permitir que ele assumisse meus tempos. O luto coordena a celebração da vida na sua parte mais íntima, deixar ele me navegar foi essencial para que a dor se transformasse. Nas raízes do meu peito esse coordenador descompassado me acolheu e abriu espaços para a cura. Rumi menciona que devemos receber as emoções honradamente, sem julgamentos e com receptividade e agora me pego pensando que o luto não parecia ser a minha casa. O luto é uma hospedaria com luz baixa, sopinha e chá. Por lá você recebe a tristeza, a confusão e a dor para jantar à luz de velas e a única forma de retornar ao seu lar é se permitindo estar ali até que todas as emoções tenham te passado a mensagem que precisavam. Pode parecer assustador, mas acredito fielmente que só há essa pré concepção porque não é nosso hábito cultural lidar desde pequenos com nossas frustrações ou mesmo falar abertamente sobre a morte, além de em proporções industriais apaziguarmos as dores das doenças com medicações nem sempre necessárias e distrações empobrecedoras. Que possamos habitar o luto com a mesma entrega que habitamos os espaços mais confortáveis de celebração. Que honremos nossas dores com a reserva e tempo que demandam. Que o luto seja a celebração da criatividade, do amor por si, amor pelos outros, do propósito e da abertura para o novo. Que possamos nos habilitar a sermos recebidos nessa morada com aspectos de casulo que é o luto para então experimentar novas versões de nós mesmos. Vamos conversar? Whatsapp Linkedin Instagram
Autocuidado de dentro pra fora.

Cada vez mais entende-se autocuidado como algo que se compra! Massagem, yoga, cosméticos… Daqui a pouco vamos estar falando: não se auto cuidou porque não mereceu dando as bênçãos da meritocracia para o ato de se cuidar. Cuidar de si é um movimento em direção ao bem estar – ao sentir-se bem – então a proposta de sentir-se confortável na própria pele foi sendo aproveitada pelo marketing de produtos dando a entender que cuidar-se é algo de fora pra dentro. Quero dizer que um chocolate, uma flor, um cosmético, uma massagem, são todas boas estratégias para encontrar prazerosamente alguma satisfação, mas não te conectam com aquilo que vai tirar você do olho do furacão. Proponho aqui um novo olhar, uma lente que te apoie a compreender o autocuidado como algo de dentro pra fora, como um recurso abundante que te apoie a experimentar as situações da vida a partir de uma integração entre corpo, mente e coração deixando mais simples se adaptar aos furacões e avalanches da vida. Não se trata de estar sempre tranquila, em paz ou zen. Se trata de ter uma consciência das suas reações físicas, emocionais e mentais e integrá-las sem culpar o que está fora de você, trazendo de volta seu poder pessoal sobre aquilo que te cuida. Na prática, proponho que você compreenda o autocuidado como o que se reconhece como autorregulação, que é a capacidade de integrar as emoções independente do caos que as acompanham. Uma ação que você consiga investir sua energia no que ocorre dentro do seu corpo e então consegue ser o afago que precisa, o respiro que tranquiliza e a ação que te dá suporte em meio ao caos. E como seria isso você deve estar se perguntando. A autorregulação tem muitas faces e a que posso apresentar nesse momento é aquela que conheci por meio da comunicação não violenta, uma abordagem tecida pelo psicólogo Marshall Rosenberg, que propõe que nossos vínculos sejam fonte de uma intenção clara de cocriamos o bem-estar comum. Ele nos convida a valorizar a pergunta “como você está?” de tal forma que com uma postura investigativa sejamos capazes de nos auto conectar com o que está vivo em nós e empatizar com o que está vivo no outro. Compreendo que a autorregulação emocional por meio da comunicação não violenta começa quando exercitamos compreender a diferença entre o que de fato está acontecendo e aquilo que penso a respeito do fato. Prestando atenção como um cientista a uma cobaia, olho para meus pensamentos e ouço o que eles me contam sobre o que está vivo em mim. Permito-me então diferenciar o que são meus pensamentos e o que eu estou sentindo a partir deles. E então acolho meus sentimentos e emoções e interajo com eles sem afastá-los já que são excelentes sinalizadores do que pode estar insatisfeito dentro de mim a partir daquela situação. Calma, tem uma rodinha de bicicleta pra te apoiar a encontrar esse equilíbrio, mas esse é um assunto para outro encontro. Munido dessa lente para o que ocorre dentro de você é possível em meio a uma situação desafiadora voltar nossa energia para dentro e com uma postura investigativa escapar aos sistemas “primitivos” de fuga, luta ou paralisia assumindo de maneira protagonista o cuidado com o que está vivo em você. É como se você tivesse uma constante lente capaz de enxergar: a diferença entre os pensamentos e emoções; notar quais partes do seu corpo estão ativadas por aquela situação, quais emoções estão latentes e o que elas me contam sobre mim, tirando o foco do que está fora e regulando o que está dentro aumentando a capacidade de adaptar-se ao que está acontecendo no entorno. No início pode ser meio estranho abrir mão do tal autocuidado que soa como carinho e merecimento para se apropriar de uma auto responsabilização que demanda mais energia e esforço. Acontece que a autorregulação, na verdade, libera o peso de tentar mudar aquilo que está fora de si e que não temos controle, libera também o peso de ter que responder ou reagir às situações quando não temos recursos para isso e por fim torna mais leve a interação com as pessoas envolvidas na situação. E esse peso a menos acaba fortalecendo sua capacidade de se auto cuidar. Que tal seguir nesse novo caminho do autocuidado?
A CNV é trilha aberta, não trilho.

A CNV é trilha aberta, não trilho. No início da aprendizagem e experiência com a Comunicação Não Violenta pode parecer que se trata de um formato rígido de colocação das palavras certas na ordem certa. Um caminho único pautado por quatro “passos” estruturantes como o trilho estrutura o caminho do trem. Acontece que a CNV está mais para uma trilha aberta, com margens claras, porém com espaço para experimentações, acerto de ritmo e compasso. Com toda a certeza encontrar palavras e ordem de colocação que tragam sentido é de fato muito importante para a fluidez de uma conversa, porém esse não é o cerne da CNV, por mais que nos primeiros momentos de aprendizagem e experimentação concentremos a maior parte da nossa atenção no aspecto sintaxe* da comunicação. A estrutura proposta pautada em (i) diferenciar fatos de julgamentos, (ii) sentimentos de falso sentimentos, (iii) necessidades humanas universais de estratégias e (iv) pedidos de exigências, a CNV nos coloca em uma experiência comunicativa que convida à conexão. A sintaxe, no caso da CNV, é estruturante e é por meio dela que encontramos suporte para experimentar novo vocabulário, nos permitindo nomear sentimentos e nos apropriar do entendimento das necessidades humanas universais. A cada nova situação nos apoiamos na sintaxe com a finalidade de entendimento e clareza e quando essa situação se resolve logo temos uma nova chance de aprendizagem em uma nova conversa. Mas gostaríamos de te lembrar que a sintaxe é, em primeiro lugar, uma estratégia de apoio para te manter atento à intenção principal da CNV que é a conexão. Em segundo lugar, ela é um ponto estrutural e de equilíbrio para que você possa receber o entendimento e compreensão da outra pessoa em momentos desafiadores ou em estágios iniciais de aprendizagem. Em outras palavras, trata-se da rodinha da bicicleta! Por isso aproveitamos esse momento para reforçar a importância de se manter atento à intenção primordial da CNV que é a conexão, e lembrar que as palavras são secundárias. Antes mesmo de entrar em uma conversa conecte-se com suas intenções, verifique se ali reside um real interesse de conexão e daí percorra a trilha da CNV. E quando desconectar, não se preocupe! Use essa estrutura e Reconecta! *Componente do sistema linguístico que determina as relações formais que interligam os componentes da sentença, atribuindo-lhe uma estrutura. Vamos conversar? Whatsapp Linkedin Instagram